sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Pausa para a pornografia.
O problema é a conseqüência disso tudo para a mulher comum: somos todas vistas como possíveis atrizes pornô. Daí, o cara que é viciado em pornografia vê na namorada a possibilidade de realizar tudo o que vê nos filmes. E, é claro, a mulher precisará ter peitão e barriguinha sequinha. A razão maior de termos tantas mulheres fruta -melancia, jaca, mamão, sei lá - é que a mulher aceitou o papel que o homem atribuiu para ela: o de símbolo sexual. Ela consegue tudo mostrando a bunda, mostrando os peitos e saindo na Playboy. Luciana Gimenez ficou famosa por engravidar do Mick; as mulheres do funk ficam famosas cantando que Dako é bom e um monte de outras coisas...
A pornografia só rende porque vivemos numa sociedade que gosta de castrar e esconder desejos. Daí, os homens, com seus instintos controladores e extremamente carnais, tendem a ver sexo em tudo e alimentar suas fantasias com os filmes - onde as mulheres fazem tudo que as "normaizinhas" não querem fazer ainda. Até que chegue a hora da cama, quando viram a mulher pra cima, pro lado, tentam imitar os filmes com o "de quem é isso?", "de quem é aquilo?"....
Não estou sendo moralista. É a última coisa que sou. Mas o papel da mulher como intelectual da sociedade se esvai quando transformam todas as suas profissões em fantasias sexuais: enfermeira, empresária, professora...tudo vira filme pornô. E os filmes estão ficando cada vez mais "hardcore". Tem mulher enfiando taco de beisebol na xana. Só para satisfazer punheteiros sem imaginação.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Mar de Nuvens...
E voltei para Salvador.
Do lado de fora do aeroporto, já não me sentia mais em casa. E não é um problema pra mim, porque toda a minha vida constituiu-se em me sentir fora de lugar. Não me abalo e estou feliz por rever os que amo. Mas o lugar ao qual sinto que pertenço voltou a estar quilômetros de distância. Amo Salvador, me sinto culpada por não me sentir em casa. Mas é assim que é.
Volto à rotina com muito mais força e animação, ainda mais do que tinha. Deu tudo certo, Murphy foi generoso, bem generoso. E olha que não faltou oportunidade de ele agir. E é tão bom saber o que quero...
Por isso, mesmo olhando pela janela do avião e, diante de uma cidade tão linda quanto Salvador, ainda sentindo saudade da Avenida Paulista, não fico triste. Nem um pouco. Porque vi as nuvens do alto. Porque conheci uma pessoa maravilhosa e me apaixonei, porque conheci diversas pessoas maravilhosas. Porque passei dias sensacionais e tive - tenho - muita sorte.
Ahhh, São Paulo....eu voltarei (a-há-há! Risada de bruxa má).
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Voltando pra Salvador...com o coração...
Apaixonei-me, enfim. Pela Avenida Paulista, pelo muffin de blueberry da starbucks (que é roxo, na verdade), pelo cream bruleé da cafeteria da Reserva, pelo papo com gente de todo lugar, pela troca de experiências, pelo metrô. Apaixonei-me pelas calçadas grandes, pelas inúmeras bancas de revista, pelo café na avenida, pela Livraria Cultura no Conjunto Nacional. Pelo friozinho da noite que parece dia, pela chuva cheia de trovões, pelo monte de japas...
...por meu japa....
Parte do meu coração é da minha família, de uns poucos amigos. Talvez de uns pontos de Salvador, uns cafés. Mas, sem dúvida, nenhuma dúvida, volto para Salvador com uma parte imensa do meu coração em São Paulo. E com a certeza de que volto para Sampa pra ficar, em 2010. Só não em albergue, porque necessito tomar banho sem havaianas. Argh.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Bahia e Japão...
me apaixonei.
Ok, me apaixonei pelo sushi também, mas não SOMENTE pelo sushi. Me apaixonei por um japa. O legal é que depois de ficar com um suíço, ser cantada por uns paulistas, ter ficado com um paulista, saído com um mineiro, achei que era isso mesmo: não iria gostar mais de ninguém. Tinha sido fria com todos eles, que enchiam minha caixa de mensagens e... ops! Esqueci de contar o argentino!
Então...eles enchiam minha caixa de mensagens e eu, nem aí. Até achei que gostava do frete de lá do trabalho, mas o fato é que: me tornei uma gigante pedra de gelo. Acreditei que era involuntário. E era. Até eu conhecer o japa.
Nos conhecemos aqui, no hostel. Eu, revoltada, contando a história do Morumbi (que escrevi aqui) e ele, e mais uns cinco, ouvindo e rindo. Depois, todo mundo foi pra Adega. Um bar péssimo com karaokê e que, mesmo feio, acaba sendo muito divertido. Fomos, eu e o japa, nos envolvendo...envolvendo...quando eu vi, pronto. Ficamos. E ficamos quatro dias, quatro maravilhosos dias, saindo, tomando café juntos, passeando, comendo sushi...
Até que ele teve de ir embora.
Não imaginava a saudade que sentiria dele; fazia muito tempo que não sentia saudade de alguém assim. Choramos muito, muiito mesmo. Notamos, depois do terceiro dia, que estávamos apaixonados. E que não ía ser tão fácil assim que ele voltasse para o interior de São Paulo e eu, para Salvador.
Fato é que no fim de semana estou indo para Taubaté. Depois, tomarei chocolate em Campos do Jordão.
E eu que achei que me limitaria à Paulista.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Sem caminhos para o Morumbi
- Eu gostaria de saber como chego no shopping morumbi?
- Você tá de carro?
- Não.
- Ah, não tem ônibus direto pra lá não.
Droga. E quando cheguei lá, só tinha branco. SÓ BRANCO. Super desconcertada, após sair do show de Patife, deixei o shopping. Não sem antes, claro, alguém me ensinar como eu chegava na Saúde....DE CARRO.
Hátomanocu.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Quando eu parei de me perder
Em quase uma semana na cidade, a única coisa que me incomodou aqui foi o ar meio sombrio dos paulistas. Educados, sim, mas sérios, bem sérios. Disso tenho saudade em Salvador. Da doidice do povo baiano.
E voltando ao assunto "bofes", anteontem, foi um paulista e um argentino. Ontem, um suíço bem divertido. Ah, eu preciso fazer o que vim fazer. Tirar férias. Até de bofes. Mas eles são tããããããão lindos....Os homens bonitos se escondem em Sampa, beibe.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Manual Prático de como se perder em São Paulo
Daí você decide: quero ir pra tal lugar. E sai perguntando. "Você sabe como eu chego no Masp?" Algumas pessoas vão dizer que é para a direita, outras, pra esquerda, outras, siga em frente. E vai. Anda pra lá, desce estação, sobe estação, é no prédio vermelho! É no prédio tal, no prédio tal... calor de 35 graus, ô meu Deus. Depois de meia hora, lá está ele. Lindão.
Tá, achei o Masp. Agora preciso achar a Livraria da Cultura. E novamente pergunta daqui, pergunta de lá, vai pra lá, volta, anda, anda, anda....achei a livraria da cultura. E agora, pra voltar pro albergue?
Onde fica a Rua Pageú? Ah, não sei, não sei. Você sabe onde fica a rua Pageú? Não, desculpe. Saaaabe onde fica a Rua Pageú? Vai por tal rua, entra por outra, dobra a esquerda e vira a direita. Obviamente, eu entro por uma rua, volto pela esquerda, dobro a direita, enfim, o caminho todo errado. Ic. E agora?
Sei que depois de andar umas duas horas só pra encontrar o albergue, encontrei uma menina que está hospedada aqui. E só assim consegui voltar. Exausta, nem tive vontade de sair.
Mas hoooje eu vou sair de novo. Provavelmente me perder novamente. Maaaansssss....é assim mesmo! Uma hora eu paro de me perder. (ou não)
Fato é que bastaram três dias para eu me apaixonar por São Paulo.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Medo de paulista, parte 2 + a dança das malas
Todo mundo fez um puta terrorismo com relação aos paulistas, dizendo que eles não gostavam de dar informação e tal. Caralho, fui super bem recebida! E a coisa que eu mais fiz foi pedir informação. O povo só faltava me levar no lugar. E o povo do albergue? Massa demais. Massa inclusive, porque hoje é noite de lasanha.
E viajar sozinha é muito engraçado. Porque todas as piadas viram internas. As malinhas passando por uma esteira na hora de pegar a bagagem. Pô, aquilo é muito estranho. Ainda mais que de repente saiu um homem da tam de dentro. E as malinhas ficaram lá, desfilando. Obviamente que eu imaginei altas coreografias lá.
ihi.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Pausa para a maternidade obrigatória
Ai gente, que coisa cansativa.
Hoje eu conversei com o povo aqui, um monte de mulé falando sobre filhos. Putamerda, as muléres dizendo que nós só nos sentimos completas após a procriação. POR QUE? Por que diabos eu não posso me sentir completa sem um guri? Por que diabos a gente tem que casar, ter filhos para se sentir mulher? Que tipo de lavagem cerebral essa sociedade faz em todas nós para que acreditemos que somos incompletas e que só seremos perfeitas após parir?
Eu tô cansada de ser encurralada: não vou ter filhos e pronto, nessa caceta. Não me sinto mãe, nunca me senti. Me sinto mãe de minhas idéias, das coisas que acredito que devo fazer para contribuir com o crescimento da sociedade, mas não me sinto mãe de guris nem acredito que me sentirei completa somente se constituir uma família onde, depois do casório, o marido arranja uma amante, foge com ela e larga a mulher e seus "cinco sonhados filhos". Ou então, depois de casar, os dois começam a dormir bem distantes na cama de casal, preocupam-se mais com as contas do que com as vidas pessoais e a mulher perde o amor próprio, com medo de ficar sozinha.
Prefiro morar com um cachorro (au au mesmo), eu e ele, do que ter esta vida.
E chega de ouvir que "quando você estiver mais velha, vai mudar de opinião". Ouço isso desde que nasci. E envelheço todos os dias. Não mudei de idéia em quase 23 anos; vai ser bem difícil mudar depois. Tem mais!
Aliás não, é só isso.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Medo de paulista, parte 1
Se bem que a minha parte anti-social anda em alta. Acho que é a falta de dinheiro pra festas. Entãããããããããão, não sei se verei muito problema se alguém tiver problema comigo por ser baiana. Mas é aquela coisa né, eu me conheço o suficiente para me surpreender comigo em momentos de choque.
Ui.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Ano novo, espirros novos
Alguns bofes passaram por mim no reveillon. Um, meu amigo de todos os tempos que resolveu tomar umas a mais e revoltou-se (tudo bem que eu já dava em cima dele a um tempão, ou pelo menos um mês), daí ficou caindo (literalmente) em cima de mim. Deu não. E eu, super achando que dessa vez deixaria de ser Betty, a frígida, fui dar os ataques (pausa para ensinar a tática):
1- olhe para o bofe;
2- continue olhando para o bofe e dando uns sorrisinhos;
3- espere o exato momento em que o bofe olhar para você e mexa no cabelo - não sei porque isso funciona;
4- continue encarando o bofe, deixe-o sem graça;
5- quando o bofe fizer algum comentário, do tipo "a gente se conhece?", responda que não, mas que você se perdeu na blusinha e na barba (ou qualquer outra coisa que não seja explícita) dele.
6- se aproxime, mexendo no cabelo e rindo;
7- faça-o achar que está realmente interessada (mesmo que não esteja tanto). isso é quase infalível.
8- pronto! o bofe é seu.
E, óbvio, como noventa e sete por cento dos caras dessa cidade, o cara caiu. E nós ficamos, mas eu confesso que estava muito mais empolgada com o momento da conquista. Depois, ouvir o haribô (mistura de hippie com indie) falar sobre como ele passa quase toda a vida tocando baixo e editando o que toca no computador me encheu o saco. Daí eu desci, fiquei com meu amigo (literalmente) e subi pra que o hari me enchesse mais o saco. Arf.
E nada, naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa-da turned me on.
Teve uma bofinha até, mas era só joguinho.
Fato é que continuo Betty, a musa do Blitz.
E o F1 me ligou recentemente (um bocado de vezes), dizendo que estava com saudade (respondi automaticamente "eu também, blablabla") e que era para a gente marcar. Considerando que eu desmarquei duas vezes com ele, notei que não estou com vontade de vê-lo. Aliás, não estou com vontade de ver bofe nenhum para esses fins.
Enfim: feliz ano novo...uhuuulll, a desgracêra do 2008 acabou. Mas foi um ano bom, deve ter sido. E faltam seis dias para Sampa. Uiuiuiuiuiui.