Ontem eu estava lendo a edição de abril da Caros Amigos. Ok, eu acho a revista uma coisa meio louca, no maior tipo panfletário. É todo mundo numa revolta gigantesca contra tudo; algumas vezes faz sentido, noutras chega a ser engraçado, quase como opinião de adolescente revoltado. Mas enfim...estava lendo a coluna de um lingüista (que eu esqueci o nome) de lá, quando vi uma coisa com a qual concordei plenamente. Já tinha pensado e escrito sobre isso, mas volto a falar sobre.
Basta começar com uma idéia básica: imagine uma redação, cheinha de jornalistas. Eles recebem uma penca de informações por dia; algumas são apuradas, outras não. Primeiro, o jornalista tem que pensar na quantidade de notícias que cabe num jornal, depois, precisa pensar no que vende, depois, no que é relevante. Tem que pensar ainda em como escrever sem ferir a política editorial da empresa para a qual trabalha, além do mais importante: cumprir prazos.
Antes da redação, tem a faculdade. Lá aprendemos um pouquinho de sociologia, um pouquinho de legislação, um pouco de web jornalismo, políticas, públicas, semiótica, teorias diversas...Mas não aprendemos, sobre um assunto específico, NADA.
Não sou especialista em ciências políticas, não sou designer, nem produtora cultural. Jornalismo é uma profissão que tenta resumir o que fazem as outras profissões, como funcionam as sociedades, para depois fofocar sobre elas. FOFOCAR. Porque o jornalismo porcaria dos dias de hoje comenta sobre tudo, finge que sabe de tudo, mas as coisas continuam aí, nada muda porque algum meio de comunicação decidiu mostrar que um bairro alagou, que um deputado roubou dinheiro. NADA MUDA.
E é por isso que me cansei da minha própria "raça". Porque os meus estão mais preocupados em saber os nomes dos jornalistas de outras emissoras, para criticá-los ou falar qualquer coisa sobre eles, do que tentar entender e questionar a realidade presente.
O tal lingüista disse que não somos especialistas em nada. Eu não faço nenhuma objeção.