segunda-feira, 16 de março de 2009

Psirico é Cubista

Caetano disse em seu blog (www.obraemprogresso.com.br):
"A melhor coisa do mundo é pagode baiano. Eu sempre achei que o Tchan ia dar em riquezas. Harmonia do Samba. O ensaio do Psirico. Um ensaio do Psirico é sempre o bicho."
Eu, como uma pessoa que acaba de iniciar o aprofundamento dos estudos em música, especialmente a música baiana, poderia ter ficado chocada com isso. Mas ainda não fiquei.
Ando com a cabeça aberta. Acho que entrevistarei quem tiver de entrevistar com a sensação de que estou sempre disposta a aprender e apreender. Jamais com uma idéia fixa na cabeça. Tenho um tema para o meu trabalho de conclusão, mas ele é independente para tomar a decisão que quiser.

Por enquanto, acredito que a música baiana é muito, muito mais que Psirico. Caetano foi dizendo, em conversa com o sensacional David Byrne, que Márcio Vítor era um gênio. Eu, particularmente, acredito que ele não faça nada mais que passar a movimentação das ruas para o trio, os palcos. Minha opinião, a parte categórica dela, diz que o problema não é a existência do pagode, até porque se os tropicalistas, na década de 60, queriam quebrar com a mesmice que pairava na bossa nova, devem de algum modo adorar a amplitude de estilos musicais que temos não só na Bahia, mas no Brasil todo. Muitos, muitos estilos diferentes. O problema é o que acontece por trás da manifestação popular, que não faz parte dela: o controle dos produtores deste tipo de música sobre as rádios baianas. Não há variedade. A variedade que Caetano tanto defendeu nos anos 60. E as nossas bandas de estilos diferentes estão fadadas à São Paulo. Não que isso seja ruim, mas é quase como um Êxodo Musical.

Concordamos, eu e meu querido ídolo Caetano, pelo menos em uma coisa: no que diz respeito ao Carnaval. É ridículo o carnaval de cordas. As pessoas se divertiriam muito mais, existiria muito menos violência se todos pudessem brincar como iguais. Seria, enfim, uma festa popular. Mas existe sempre alguém que precisa ganhar muito dinheiro; existe a ostentação do camarote, de ter um abadá que custou três mil reais, de saber-se dentro de um grupo seleto.

Bobagens que eu não entendo.