terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu vejo o sol pela janela

Abri o livro que revi hoje, depois de um mês na casa do outro, abri aleatoriamente.
"Me impressione", era o título de um texto aleatório. Eu não li o texto, ri alto, gritei com as nuvens num gesto louco de quem procura conversar com alguém que não está aqui, que não se vê, que não existe, talvez.

"Me impressione, porra, é isso, me impressione, porra!"

Estou buscando a paz que não havia encontrado no último mês, arquitetando vinganças inúteis, que não acrescentam nada em minha vida. A minha revista em quadrinhos terá o mesmo tema, mas tenho muito mais histórias para contar que as recentes. Pra mim, hoje, agora, nesta hora, eu quero a tranquilidade que me aquieta a mente quando assumo que sim, cada fantasma tem um pedaço do meu coração. Os mais traumáticos, os menos. E não se trata de esquecer; trata-se de abrir caminho. Como um texto que escrevi, há muitos anos atrás, quando ainda morria de medo das pobres baratas...usei a metáfora para explicar que de perto, todo problema é pequeno, preciso, necessário. De perto, todo problema é nada. É a vida que precisa ser resolvida, que precisa andar pra frente.

Não posso mais olhar pro passado, me questionar por coisas que fiz ou deixei de fazer. A minha vida não vai melhorar por isso. Preciso relaxar, entende? A tensão que é guardar tudo o que sinto, todos os medos, todas as derrotas dentro da minha cabeça...essa tensão não sara nunca, é tatuagem inflamada. E eu me cansei de sentir dor.

Um poema para acabar com a agonia. Um poema para me calar. Umas poucas frases para terminar essa história pra sempre, porque não quero a decepção rondando a minha cabeça nunca mais. Um poema para o fim de tudo.