Quando você começa com as primeiras (óbvio!) palavras, nem parece que, em um determinado momento você vai estar tão envolvido no processo que, noutra hora, aquilo não vai sair da sua cabeça. No meu caso, uma biografia de Batatinha, o começo foi bem difícil. Não era possível falar com os familiares, porque ELES não estavam interessados, não ganhariam nada com aquilo. Em desespero, pensei em desistir.
Mas aí vieram todos os meus planos para o futuro: a viagem, o curso de desenho...e principalmente, o fato de que eu preciso terminar algo - que não seja relacionamentos - em minha vida. Minha orientadora me mostrou algumas possibilidades e eu pronto: comecemos, então.
Organizar os dados, as datas, as imagens, é tudo muito difícil; é como organizar a vida de uma pessoa e traduzi-la em páginas. É exatamente isso. Uma nuvem de informações que você tem que catalogar, organizar e, enfim...transformar em história. Depois que tudo começou, é impossível não terminar, porque aquela história entranha em suas mãos, em sua cabeça, as músicas de Batata ficaram lá, rodando, rodando....parti de minha rua, num vôo até a lua....no meu foguete particular...
Tenho dois capítulos prontos. Até agora, Batatinha soa como um velho conhecido, quase um amigo. Sinto falta dele, imagine? É muito doido envolver-se assim na vida de alguém.
Descobri que contar a história de um personagem é, de um certo modo, fazer parte de sua vida.
No momento, vivo um pouco a vida de Batatinha.