Show do Beirut. Pra resumir, pessoas bêbadas em cima de um palco, cantando embolado e tal. Nada de interessante, como eu já previa.
Daí, também como eu já previa, encontrei meu ex. Conversamos pouco. Na verdade, eu falei, ele ouviu. Foi bom: me lembrei de um tempo em que aquela pessoa dizia que eu era o chão dele, a vida dele, que eu era tudo, que iria viver para sempre comigo. Agora, não fala mais de duas palavras; até mesmo essas com olhar blasé.
E me olho, vejo a minha atual situação. Não sou mais a "moça" iludida, definitivamente. Quando ouço coisas como aquelas, imediatamente meu interior dispara: cuidado. Não se entregue, não vá tão longe. E até onde ir? Em que momento parar, refletir?
Hoje, vou andando, enquanto as coisas estiverem tranquilas, boas como estão. Preciso confiar mais nos outros, aquele rapaz de antes destruiu minha confiança nos outros. Eu olho tudo com cara de "sim, isso é só agora", mas devia olhar com cara de "e daí? o que eu perco em aproveitar?" Sei quando devo partir, se devo partir. Sei que posso abandonar o navio se notar que vai ficar como antes, se esfriar como antes. Antes mesmo de entrar na paranóia. Aliás, nem sei se entraria na paranóia. A minha visão simplista das coisas diz somente "TÁ, PRÓXIMO, POR FAVOR" e não "Óh, céus, eu vou morrer sozinha".
Se for, se tiver que ser mesmo, vai ser, quer façamos planos, quer não façamos. Aliás, não adianta nada fazermos planos que não sejam para o dia seguinte, para a próxima semana, ou que não sejam metas a serem atingidas sem envolver a vida de nenhuma outra pessoa (sentimentalmente).
Façamos planos, even so. Se eles não se realizarem, eu sei que, disso, não morro.