Uma coisa é engraçada: meu ex namorado, além de ter me ajudado a ser a pessoa doida e um tanto fria que sou hoje (e que adoro ser), me jogou para dentro do universo do desenho. Naquela época, eu, uma dependente daquele relacionamento, mulher magricela, ansiosa e neurótica, diagramava livros e assistia ele ilustrar os livros que eu diagramava. Certa da minha incapacidade para o desenho, tudo o que era para ser ilustrado eu atribuía a ele. Quando terminamos, mandei para a cucúia minha insegurança: senti vontade de assumir o meu gosto por desenho, minha vontade de aprender.
E me apaixonei perdidamente pelo ato de desenhar.
No início, acreditei que estava fazendo aquilo tudo só pra ver se conseguiria ser melhor que ele. Talvez até tenha começado assim, uma vez que as minhas primeiras tirinhas, antes dele, eu não levava muito a sério, não pensava em fazer isso profissionalmente. Depois de tudo, eu passei a tentar melhorar. Primeiro, pra mostrar pra alguém, pra alguma coisa que eu estava melhorando. Depois, aquilo se tornou algo para mim.
Hoje é para mim que desenho. E para divertir os outros.
Thanx, ex-b.