terça-feira, 9 de agosto de 2011

Divino, maravilhoso

Tudo começou quando fui ao cinema com Leo e assistimos ao tal "Filhos de João". Contava a história dos Novos Baianos, que sempre invejei (pelo menos invejei seus tempos áureos), de quando eles moravam em um sítio e todos tinham a vida que queriam ter. Claro que eles tiveram quatrocentos filhos, consumiram muitas drogas, e isso acabou com o processo todo. Mas se eles tivessem, de fato, evitado a reprodução excessiva (rs) e o consumo de drogas, aquilo seria possível.
Saí do cinema me sentindo derrotada. Me descobri uma encurralada com 25 anos. Somos muitos, claro, mas por que diabos não me acostumo com isso? Desde a adolescência,desde o meu primeiro emprego, tudo o que não gerava resultados a ponto de mudar a realidade de alguém para melhor me dava desânimo. E entrei e saí de muitos empregos, falhei em SP, continuo falhando na minha saga de fingir que gosto de fazer um trabalho só pelo dinheiro que ele me paga. Até hoje, só gostei de um trabalho de verdade: desenhar.
Temos, então, o impasse: continuar forçando a barra em um lugar onde tudo parece frívolo e sem sentido para mim (o que não é um privilégio desse lugar; os meus empregos anteriores, com excessão do Teatro Vila Velha, não me eram assim, caros. Gostava das pessoas, mas não do que eu estava fazendo. Agora só fez piorar mesmo). O engraçado que me contrata me chamou para fazer uma coisa e, no fim, me pôs em outra que odeio profundamente- volto a dizer que estou encurralada. Mas me sinto culpada por me sentir assim, com tanta gente precisando de emprego (inclusive eu). Sou uma aberração dos jovens de 25 anos. Vou morrer assim, ranzinza, crítica, excessivamente objetiva, com poucas paixões (desenho e música. acrescento, talvez, o café) e sem nenhum interesse em fazer coisas que não gosto. Se é pra dedicar minha vida, minhas horas à uma causa, que seja uma causa pela qual eu seja apaixonada.
Ou seja: desenho, música, café...ou tudo junto, vai saber.
Tudo, tudo menos desperdiçar minhas horas nessa merda que é dar voltas em torno de si mesmo, do dinheiro, dos gastos, carros, trabalhos...saco.

terça-feira, 17 de maio de 2011

To begin

Eu não sei como esse rótulo de palhaça grudou em mim. Talvez porque eu fale demais. Porque seja uma pessoa que não acredita em si mesma, por mais competente que seja - se for. Eu sou chata, porque tenho vergonha de assumir qualidades, só foco nos meus defeitos. E são eles que me estigmatizam, que controlam a minha vida profissional, porque eu nunca saio da sala da menina que precisa de supervisão em tempo integral. As pessoas me tratam como uma adolescente. Talvez porque tenha passado a maior parte do tempo me vestindo como uma. Mas eu sei, no fundo eu sei no que sou boa. Sou boa em observar, em colher detalhes e desenhá-los ou escrever sobre eles. Sou boa em criar coisas, em ter ideias, em aprender, em olhar as coisas com olhos novos, todos os dias. Tudo o que aprendi com o desenho foi colhendo informações, perguntando, estudando, praticando. Com a escrita também foi assim. E não sou uma idiota, burra e criançona. Sei o que estou fazendo, planejo o que vou fazer. Preciso acreditar em mim, deos, porque tanta gente me diz que não sei fazer algo que acabo acreditando. Mas eu sei o que faço. E sei fazer bem feito tudo o que faço, com dedicação, com cuidado.
Preciso mudar de país para poder criar a imagem que desejo para mim?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Já foi

você olha uma foto antiga. Como sempre, o cabelo está diferente, o tipo de maquiagem, o modo de se arrumar. Mas há mais coisas diferentes naquele passado além de um visual, um ex namorado. Há um olhar diferente, uma pessoa esquisita para mim, hoje.
Ela ainda tinha alguma inocência, acreditava em futuros românticos, novelas de príncipes encantados.
Hoje?
Acredito no que vivo agora, no passo que dou dia após dia. Acredito em Leo, por ser alguém, enfim, normal, sem pirações existenciais, sem dramas de menino que não conseguiu se transformar em homem. Acredito em mim mesma. Futuro, planos futuros com outrém...
só se for o próximo fim de semana.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Fugindo do drama, em câmera lenta.

Ai, essa coisa de um passo de cada vez é um saco. Trabalho feito uma condenada e as coisas não acontecem, simplesmente não acontecem. Na verdade, eu nem sei o que quero que aconteça. Quero sair de casa (de novo) e conviver lindamente com minha mãe e meu pai do jeito que era em sp: com visitas espaçadas e esporádicas., aquele almoçozinho de domingo. Quero pagar todas as minhas contas, assistência médica, pós, quero ser livre-totalmente- dos encargos financeiros da minha família. ODEIO ter que ouvir o "pra quê você precisa de um curso de francês?", QUANDO EU PAGO TODAS AS MINHAS CONTAS E, POR VEZES, PRECISO DE UMA AJUDA PRA PAGAR ISSO OU AQUILO.
Eu já sei, já sei, quero ter liberdade total. Não ter mais emprego fixo, ser completamente freela. Não morar mais na casa dos meus pais, poder resgatar julia. Ter a minha mesa de desenho, as coisas que gosto (que são poucas, mas infelizmente não são baratas), minha gata ali comigo...quero a minha vida fora dessa casa, mas arrumada, sem dívidas. Uma vida normal. Não quero ser famosa, estrela de nada. Quero continuar com meus quadrinhos, ter trabalhos, pagar as contas. Quero chegar a esse patamar.

Agora tenho que administrar as dívidas restantes de sp, a carga dramática que você recebe quando mora com a minha mãe, a chateação invejosa do meu irmão, que adora fingir que está preocupado com você só pra saber quanto os nossos pais pretendem gastar com você. Ter que aceitar o fato de que sou racional o suficiente para odiar os planos mirabolantes de minha família, que nunca dão em nada. Eu pelo menos tento as coisas, mesmo que elas dêem errado. Eles adoram fazer planos. E matar os planos. Eu não quero matar planos nunca mais. Agora, tenho que administrar minha mãe e sua personalidade teatral, meu irmão e seu cinismo conveniente, enquanto espero, dando um passo de cada vez.
Lentamente.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dancing with myself

Vou dar uma viajada pra POA, em junho. A passagem já está comprada, o dinheiro, guardado. Tenho trabalhado bastante e isso é sensacional para mim, a pessoa que as outras chamam, tantas vezes, de "azoada". Além disso, finalmente colo grau, na quarta. Vou me formar, agora é oficial. sou jornalista formada. olha, que loucura. Sou uma pessoa com ensino superior completo, hehe.

E com dores nas costas.

Voltei a namorar e tal. Agora tá tudo mais tranquilo. Eu ainda sou um quiabo, se você apertar demais, escapulo. Mas pelo menos agora estou apaixonada. :)

A vida é doida. Gira, uma roda gigante dos diabos, num ano você está lá embaixo, no outro, subindo, subindo...naquela paz que só você consegue entender.

Mas a dor nas costas continua.